Meus olhos que já não propagam em mim

Meus olhos que já não propagam em mim
Meus olhos que já não propagam em mim

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Mergulhado

Mergulhado em mim
Em uma submersão sem fim
Com meus pulmões alagados
E meus desejos extenuados

Ainda tento me encontrar
Para talvez me desafogar
Mas discirno melhor e estou em águas claras
Águas cálidas e límpidas que tão raras

Reluzidas por raios de prata
Em uma fulgura ingrata
Por mim, nadar veemente sem alcançar sua origem
Mas antes de minha vertigem

Enxergo uma lua
Que tão crua
Mas algo me insinua
Ser você que tão nua

De fato seu corpo me cintilava
Em mim, evidentemente eu não estava
Estava já perenemente afogado
Por na verdade em ti ter mergulhado









Escolha duas alternativas corretas, independente das quais lhe afeta...

() Não há mulher que não goste de romantismo, há apenas aquelas que nunca o conheceram.
() Não há mulher que goste de romantismo, há apenas aquelas que envelheceram
() Não há mulher que não goste de promiscuidade, há apenas aquelas que gostam de sua reputação
() Não há mulher que goste de promiscuidade, há apenas aquelas que a tratam como opção


Contradição


Olhar para o nada e tentar achar a explicação para o tudo
Olhar para o tudo e tentar achar a explicação para o nada
Olhar para a espada e tentar achar a explicação para o escudo
Olhar para o escudo e tentar achar explicação para a espada

É mergulhar ao fundo e tentar achar a estrada
É mergulhar na estrada e tentar perder o fundo
É perder o mundo e sorrir com uma face enfada
É chorar com uma face enfada ao conquistar o mundo

Esquizofrenia

Nas janelas, faces com as bocas atadas
Vozes escoriavam as paredes enfadas
Que logo gritavam em meu ouvido a suplicar minha morte
Que logo instigavam em alarido para me desenhar um corte

Cobri-me de tormento
Quando deparei um corpo macilento
Um corpo tão esplendoroso
A um caminhar tão vagaroso

Em mim aquela linda mulher já incidia
Mas logo percebi que ela não existia
Enfim uma perturbadora alucinação que me sorria

Preciso desatar está mão fria
Preciso evadir desta companhia
Preciso me curar desta esquizofrenia



Translúcido


Deparo meu reflexo me culpando... E em uma inércia me findo na esperança de minha respiração volve-lo translúcido.
Exalo meu complexo me exorando... E em uma impérvia me carpindo na herança de minha consternação volve-lo lúcido.

Victor!

Sabes-te que sou a sua inerente companhia?
Sabes-te que sou a sua fervente fantasia?
Sabes-te que sou o seu contemplar pela realidade?
Sabes-te que sou o seu execrar pela falsidade?

Nossos arqueares da sobrancelha estão sincronizados;
Nossos olhares na velocidade da luz estão sempre direcionados;
Nossos pensamentos estão sintonizados e irrefutáveis;
Nossas dispersões e conclusões não são hesitáveis;

Temos os mesmos hábitos;
Temos os mesmos choros em ácidos;
Temos a mesma desenvoltura;
Temos a mesma altura;

Cremos juntos na nossa insolúvel inépcia;
Cremos juntos na nossa insolúvel inércia;
Cremos juntos no nosso altruísmo carnal;
Cremos juntos no nosso altruísmo sentimental;

Ser-te-á a vida sempre inerme!
Odiar-te-á o sentido por acreditar em ser-te verme!
Enjoar-te-á a pele, assim inciso-te, sangro-te!
Amar-te-á o mesmo, assim suturo-te, curo-te!

Pois só eu posso! Eu que te encandeei desde mancebo!
Eu que até a adolescência te concedi meu placebo!
Pois só eu posso! Eu que me permaneço ao teu eixo em vacilo!
Eu que até as suas cãs te cogito prever um afagador asilo!

Concedo-te o teu lado mefistofélico
Concedo-te o teu lado célico
Concedo-te a nódoa do teu sangue impetuoso
Concedo-te a auréola do teu libertino viçoso

Tragamo-nos nossa auto-repugnância
Tragamo-nos nossa solúvel ânsia
Tragamo-nos nossa torrente lenitiva do chão avermelhado
Tragamo-nos nossa vertente hipocrisia do pão esfarelado

Victor! Eu sou o seu manto!
Victor! Eu sou o seu pranto!
Victor! Eu sou o seu esmo!
Victor! Eu sou tu mesmo!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

De repente

De repente é amor que tenho proferido,
De repente enxergo o alvorecer,
De repente o céu está a enternecer,
De repente meus passos fazem sentido,

De repente tenho minha planta viçosa,
De repente tenho minha ternura impetuosa,
De repente tenho minha razão esplendorosa,
De repente tenho minha felicidade infindamente vagarosa...

De repente eu posso sorrir,
De repente alguém em mim não para de eclodir,
De repente o que me corporifica não para de me esvair

De repente deslizo em uma escuma,
De repente se expurgou toda a bruma,
De repente o que me completa inerentemente é você, bruna!