Sabes-te que sou a sua inerente companhia?
Sabes-te que sou a sua fervente fantasia?
Sabes-te que sou o seu contemplar pela realidade?
Sabes-te que sou o seu execrar pela falsidade?
Nossos arqueares da sobrancelha estão sincronizados;
Nossos olhares na velocidade da luz estão sempre direcionados;
Nossos pensamentos estão sintonizados e irrefutáveis;
Nossas dispersões e conclusões não são hesitáveis;
Temos os mesmos hábitos;
Temos os mesmos choros em ácidos;
Temos a mesma desenvoltura;
Temos a mesma altura;
Cremos juntos na nossa insolúvel inépcia;
Cremos juntos na nossa insolúvel inércia;
Cremos juntos no nosso altruísmo carnal;
Cremos juntos no nosso altruísmo sentimental;
Ser-te-á a vida sempre inerme!
Odiar-te-á o sentido por acreditar em ser-te verme!
Enjoar-te-á a pele, assim inciso-te, sangro-te!
Amar-te-á o mesmo, assim suturo-te, curo-te!
Pois só eu posso! Eu que te encandeei desde mancebo!
Eu que até a adolescência te concedi meu placebo!
Pois só eu posso! Eu que me permaneço ao teu eixo em vacilo!
Eu que até as suas cãs te cogito prever um afagador asilo!
Concedo-te o teu lado mefistofélico
Concedo-te o teu lado célico
Concedo-te a nódoa do teu sangue impetuoso
Concedo-te a auréola do teu libertino viçoso
Tragamo-nos nossa auto-repugnância
Tragamo-nos nossa solúvel ânsia
Tragamo-nos nossa torrente lenitiva do chão avermelhado
Tragamo-nos nossa vertente hipocrisia do pão esfarelado
Victor! Eu sou o seu manto!
Victor! Eu sou o seu pranto!
Victor! Eu sou o seu esmo!
Victor! Eu sou tu mesmo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário